Se vocês me perguntassem qual é a maior queixa que eu recebo no consultório, sem dúvidas, eu responderia a crise de ansiedade. Muitos pacientes a descrevem para mim como uma angústia, um nervoso “que veio do nada”, e é claro que sempre existe um motivo, e depois do processo Psicoterapêutico eles entendem isso, e acabam identificando sozinhos os motivos ou o que chamamos de gatilhos emocionais.
Aí Natasha, só existe ansiedade ruim? Como tudo na vida, existe o lado positivo, a ansiedade não seria diferente! Ela que nos torna organizados, nos move, que nos motiva a acordar todos os dias, a ir atrás dos nossos objetivos, a procurar pela mudança, a investir no nosso bem estar, que nos faz entrar em ação! Ela só precisa estar equilibrada para não gerar sofrimento, certo? Precisamos sempre levar em conta em que circunstância e qual a intensidade ela aparece, para compreendermos se ela é patológica e está prejudicando o nosso funcionamento psíquico (mental) e somático (corporal)
Se você ainda está lendo o texto, é porque se identificou. Então vou te explicar um pouco melhor. Quando podemos considerar a ansiedade como um transtorno? De acordo com o Manual de Classificação de Doenças Mentais (DSM – 5), é considerado um distúrbio quando o indivíduo apresenta uma preocupação excessiva ou uma expectativa apreensiva, e esses sinais são persistentes e de difícil controle para o sujeito, além de perdurar por mais de seis meses. Devemos levar em conta, também, pelo menos três dos seguintes sintomas: fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular, perturbação do sono e inquietação.
Quando a ansiedade é patológica, ela pode causar alterações físicas, em diversos órgãos, como:
Cérebro: dor de cabeça, sentimento de desespero, nervosismo, falta de energia, problemas de memória e concentração, irritabilidade e dificuldades para dormir.
Coração: Batimentos cardíacos acelerados ou palpitação, hipertensão arterial e risco maior de ataque cardíaco.
Fígado: Produção de mais glicose, o que aumenta o risco de Diabetes tipo II.
Estômago: Náusea, refluxo, azia, dores de estômago, gastrite e queda ou aumento no apetite.
Sistema reprodutor feminino: Pode ocorrer períodos menstruais irregulares e/ou dolorosos e redução do desejo sexual.
Sistema reprodutor masculino: Pode ocorrer impotência, baixa produção de espermatozoides e queda no desejo sexual.
Se você sente muitos desses sinais e sintomas é importante que procure o auxílio de um profissional da saúde, como um Psicólogo ou médico. Se você identifica esse quadro em algum amigo ou familiar próximo, tente mostrar esse texto a ele. Dê a opção para ele de procurar um especialista capacitado para reduzir os sintomas e consequentemente o diminuir a dor psíquica.
Mas se lembre, você não é um E.T. e nem fresco por sentir tudo isso! Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019 cerca de 33% da população mundial sofria de sintomas da ansiedade. E segundo a mesma pesquisa, o Brasil tem o maior número de pessoas ansiosas do mundo, cerca de 18,6 milhões de brasileiros convivem com o transtorno (isso é 9,3% da população).
Vou deixar algumas dicas práticas que podem te ajudar a controlar a ansiedade, mas não esqueça de procurar ajuda profissional se perceber que não está conseguindo ter o controle do seu corpo e da sua mente sozinho!
Se cobre menos: A autocobrança é uma característica das pessoas ansiosas, portanto faça o que for possível.
Controle sua respiração: Ao inspirar, deixar o abdômen expandir-se, ou seja, estufar a barriga e não o peito. Depois, expire lentamente, expelindo o ar pela boca. Isto pode ser feito em qualquer lugar, a qualquer hora.
Seja positivo e controle seus pensamentos: Quando perceber que está pensando em algo que te gere ansiedade e não possa resolver no momento, imagine uma placa de PARE e vá fazer alguma atividade que lhe de prazer.
Escute suas músicas preferidas: Suas músicas preferidas vão te ajudar a se sentir mais feliz, pois é uma sensação de prazer que te faz liberar hormônios como a serotonina.
Defina suas prioridades: procure fazer listas com seus afazeres e ordene conforme a prioridade em fazer.
Pratique a higiene do sono: coma alimentos mais leves a noite, não consuma cafeína depois das 18h e procure não ficar no celular na hora de dormir.
Pratique exercício físico: porque eleva a produção de serotonina, substância que aumenta a sensação de prazer. Comece caminhando três vezes por semana, por pelo menos meia hora, já vai ajudar.
Se alimente bem: Tenha uma alimentação equilibrada, com frutas, verduras e proteínas. Não esqueça de diminuir o consumo de cafeína!
Gostou dessas dicas? Me siga no Instagram: @natashatortelli, lá eu dou mais dicas e em formado de imagens e de vídeos para auxiliar a todos que precisam! Meu compromisso social como profissional da saúde é levar meu conhecimento científico ao maior número de pessoas que eu conseguir!
E se lembre: nenhum tipo de sofrimento é frescura, saiba entender o seu sofrimento e o do outro.
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